Tecparques Tem Uma Nova Agenda De Valor Para A Competitividade

26/03/2015

A aposta que Portugal tem feito nos parques de ciência e tecnologia através da Tecparques é um compromisso com o futuro. Pretende-se apostar em “parques de inovação” que se assumam como verdadeiras plataformas para um novo modelo estratégico para a economia portuguesa. Em tempo de profunda crise internacional, com a maior parte dos setores de actividade confrontados com falta de perspetivas de recuperação, a dinamização dos parques de ciência é essencial. As áreas da nova economia e dos setores tradicionais, como projetos integrados de base nacional, acabam por ser um importante teste à capacidade de encontrar novas soluções associadas à inovação e conhecimento, criando condições para uma nova aposta para o futuro.

O papel de empresas de referência como a Embraer, a Critical Software, a Novabase,  entre outras, é decisivo. Trata-se de um movimento de “aglomeração de base” da sociedade civil, numa lógica de “eficiência coletiva” em que a capacidade regional de afirmar capacidades numa lógica mais global vem ao de cima. Os objetivos estratégicos dos parques de ciência são claramente um exemplo de exame à capacidade efetiva dos atores económicos de “agarrarem” o desafio da competitividade duma forma estruturada e coerente. Impõe-se uma aposta séria nesta nova fase, mais ambiciosa, voltada para a internacionalização e para a criação de valor global.

O Investimento Direto Estrangeiro desempenha  um papel de alavancagem da mudança único. Portugal precisa de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do “IDE de Inovação” associado à captação de empresas e centros de I&D identificados com os setores mais dinâmicos da economia – tecnologias de informação e comunicação, biotecnologia, automóvel e aeronáutica, entre outros. Trata-se duma abordagem distinta, protagonizada por “redes ativas” de atuação nos mercados globais envolvendo os principais protagonistas setoriais (empresas líderes, universidades, centros I&D), cabendo às agências públicas um papel importante de contextualização das condições de sucesso de abordagem dos clientes.

O sucesso dos Parques de Ciência é fundamental para o futuro do país. É um objetivo que não se concretiza meramente por decreto. É fundamental que a sociedade civil agarre de forma convicta este desígnio e faça da criação destas “novas plataformas de competitividade” a verdadeira aposta estratégica coletiva para os próximos anos. O que está verdadeiramente em causa em tudo isto é a assunção por parte do país de um verdadeiro desígnio estratégico de alterar o modelo mais recente de evolução de desenvolvimento económico. Inovação, conhecimento e criatividade são as palavras chave de uma estratégia centrada na criação de valor global com efeito no emprego e riqueza.

A economia portuguesa precisa de um novo choque. E compete também aos parques de ciência a liderança do processo de mudança. Impõem-se parques de ciência capazes de projetar no país, uma dinâmica de procura permanente da criação de valor e aposta na criatividade. Num tempo de mudança, em que só sobrevive quem é capaz de antecipar as expetativas do mercado e de gerir em rede, numa lógica de competitividade aberta, os parques de ciência não podem demorar. Têm que ser a base do futuro que queremos que seja já hoje! Para tal, a aposta em setores chave e uma verdadeira mobilização de todos os atores do território será uma condição central.

Francisco Jaime Quesado
Presidente da ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública

Fonte: O Jornal Económico

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