O TecnoParque assume-se como um projeto estruturante e uma nova face no desenvolvimento tecnológico e económico da cidade de Lagoa e da ilha de São Miguel. A ideia foi defendida, ontem, pelo presidente da câmara municipal de Lagoa, João Ponte, durante a cerimónia de inauguração das infraestruturas do TecnoParque.
Como realçou o presidente da autarquia lagoense, desde o anúncio deste empreendimento, há 11 anos, houve muito trabalho e dedicação da autarquia, um projeto estruturante para o concelho e que considera ser uma das alavancas de desenvolvimento da Lagoa. Aliás, João Ponte aproveitou a ocasião para traçar um percurso histórico deste empreendimento, recordando o mês de dezembro de 2001, altura da aquisição do primeiro terreno nesta zona, tendo sido constituída a 11 de abril de 2007 a parceria público privada Portas da Lagoa, Sociedade de Desenvolvimento de Lagoa S.A. para a concretização do TecnoParque, para em outubro de 2008 ser contratualizado o financiamento desta obra com o Banif e em Julho de 2009, adjudicar a obra de execução das infraestruturas.
“Hoje, três anos depois, inauguramos as infraestruturas do TecnoParque”, afirmou, realçando que ao longo da última década muito foi ambicionado para este espaço e que dez anos depois existe a mesma ambição e a mesma determinação neste projeto.
"Apesar de vivermos um novo tempo, onde a conjuntura económica é de crise generalizada, é também uma época onde, a cada vez maior globalização e a intensificação da concorrências implicam o reforço da capacidade competitiva, utilizando como meio mais eficaz a ciência e o conhecimento, permitindo incorporar no tecido produtivo elevados índices de desenvolvimento tecnológico", sublinhou, acrescentando ter sido esta a grande transformação que se assistiu neste projeto, cujas alterações souberam acompanhar as mudanças e as exigências dos tempos, bem como as necessidades evidenciadas no concelho.
Para o presidente da câmara municipal de Lagoa, o TecnoParque é e continuará a ser, no futuro, o maior investimento de sempre da autarquia a que preside, sendo que a construção das infraestruturas deste empreendimento constituí apenas a primeira grande etapa para a sua concretização. Tratou-se de um obra que representou um grande esforço financeiro, mas um investimento que João Ponte mostrou-se confiante em ter o devido retorno no futuro.
Para já o edil mostrou-se confiante no arranque, o mais brevemente possível, das obras do primeiro edifício, sublinhando que apesar de surgir numa conjuntura económica muito difícil para o país e para a região, onde se exige a todos maior concentração e rigor na gestão de dinheiros públicos, a construção do TecnoParque representa um empreendimento de estímulo e de desenvolvimento não só para a Lagoa, como também para a região.
“A sua concretização será certamente um contributo para o reforço da economia local, através precisamente da elevação do nível tecnológico da indústria e dos serviços, da sua diversificação para novos sectores e da fixação de pessoas, especialmente jovens, que aqui possam desenvolver uma carreira, podendo ser um instrumento de combate a um dos maiores desafios que temos – o desemprego”, realçou.
Aludindo ainda à conjuntura económica muito difícil que tem levantado sérias dificuldades no palco das decisões e atuações da edilidade, o autarca ressalvou que, apesar de muitas críticas a este investimento, "por detrás de grandes sucessos há sempre uma decisão corajosa", e esta obra é um daqueles investimentos que se não tivesse sido decidido, há cinco anos, nunca teria sido concretizada, porque hoje já não conseguiríamos o seu financiamento, em virtude das graves medidas de austeridade impostas pela TROIKA, que afetam gravemente o poder local, através da aplicação de uma lei de compromissos que "sufoca" as autarquias e inviabiliza atualmente todas as suas ações", lamentou. João Ponte saudou, por isso, a decisão corajosa, em continuar com esta obra, numa altura em que se poderia ter desistido a meio assumindo os custos diretos desta mesma decisão, "mas preferimos assumir uma oportunidade histórica do contributo que poderá dar no desenvolvimento futuro do concelho".
A terminar, João Ponte não quis deixar de agradecer a todas as entidades parceiras deste investimento pelo empenho e confiança demonstrada, realçando ainda o papel do secretário regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, José Contente, um governante que sempre apostou na ciência e tecnologia, afirmando ainda o edil lagoense estar certo que a vertente tecnológica será um dos pilares de desenvolvimento da região. “A região terá, inevitavelmente de apostar da ciência e tecnologia como forma de ganhar o futuro”, sublinhou.Apesar dos encargos futuros, o autarca lagoense diz tratar-se de um investimento multiplicador e intergeracional que tem um propósito de servir o futuro e não apenas o presente, sendo por isso uma estratégia acertada do município, “porque é agora que se define o futuro!”
Com uma área de intervenção de mais 120.000m², o Tecnoparque dispõe de uma área de construção de 164.000m2, dispondo de 22 lotes para habitação coletiva, 8 destinados a moradias, 11 lotes destinados a edifícios de serviços e 1 lote destinado à construção de um complexo desportivo. Detém igualmente uma área de domínio público municipal de 84.000m2, destinada a espaços verdes, passeios, cerca de 700 lugares de estacionamento em superfície e 3 km de vias de circulação, possuindo ainda uma ciclovia com cerca de 900m de extensão.
Entretanto, já foram disponibilizados ao Governo dos Açores 4 lotes destinados à concretização do NONAGON – Parque Tecnológico da Ilha de S. Miguel, com o objetivo de fazer da Lagoa um centro estratégico virado para a inovação, ciência e tecnologia, ainda mais quando já se localizam no concelho dois centros de ciência - o Expolab e o OVGA.
02-09-2012 - Câmara Municipal de Lagoa
